Em audiência pública na Câmara, especialistas e entidades destacam os perigos da automedicação e a necessidade de fortalecer a assistência farmacêutica no Brasil.
Na última semana, a Comissão de Saúde, em encontro na Câmara dos Deputados, discutiu os impactos da automedicação e a importância da assistência farmacêutica. A sessão contou com a participação do Conselho Federal de Farmácia (CFF), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Ministério da Saúde, da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar), da Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) e do pesquisador Norberto Rech.
Durante o encontro, foram apresentados dados sobre a automedicação no Brasil, evidenciando os riscos que essa prática representa para a população. Pesquisa recente realizada pelo ICTQ/Datafolha revela que 90% dos brasileiros se automedicam. Outro dado alarmante aponta que 59% dos pacientes atendidos pelo SUS já sofreram algum tipo de dano em decorrência da automedicação.
Walleri Reis, coordenadora do Grupo de Trabalho de Farmacoterapia e Prescrição e representante do CFF, destacou a importância da transição de um modelo passivo de distribuição de medicamentos para um modelo proativo de cuidado farmacêutico, visando fortalecer a atuação clínica do farmacêutico e ampliar sua inserção nas equipes de saúde.
Luiz Henrique Costa, coordenador-geral de Assistência Farmacêutica e Medicamentos Estratégicos do Ministério da Saúde, contribuiu destacando que a automedicação responsável deve ser um tema permanentemente debatido na sociedade, especialmente no que se refere à autonomia individual. No entanto, ele reforçou que a orientação qualificada, com o acompanhamento do farmacêutico, é essencial e deve ser sempre incentivada.
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